Plutão, o corpo celeste mais excêntrico do Sistema Solar, tem uma atmosfera que fica de cabeça para baixo quando comparada com a atmosfera da Terra, isto é, as suas temperaturas aumentam em vez de descer com a altitude.
Recentemente, os Astrónomos conseguiram determinar a concentração de metano, um dos causadores do efeito de estufa, na atmosfera de Plutão, utilizando um telescópio de grandes dimensões do Observatório Meridional Europeu. Estas medições demonstraram ser este o segundo gás mais abundante da atmosfera de Plutão, sendo este responsável pela subida das temperaturas à medida que aumenta a altitude. Devido às elevadas concentrações deste gás, as camadas mais elevadas da atmosfera de Plutão são cerca de 50 graus mais quentes que a superfície do planeta, que por sua vez é feito de gelo e rocha.
A equipa de astrónomos, comandada pelo francês Emmanuel Lelouch, do Observatório de Paris, especula que é possível que exista uma camada fina congelada, ou porções congeladas, de metano e de outros gases na superfície de Plutão. Quando Plutão órbita mais perto do sol, os gases congelados sublimam (vaporizam), arrefecendo a superfície de Plutão e aquecendo a atmosfera do planeta anão.